12/09/2009

Anabolizantes


ANABOLIZANTES: CONHEÇA OS SEUS RISCOS

Nesta postagem em meu blog, busco esclarecer aos jovens o lado negativo de usar a tão famosa "BOMBA", que traz resultados fantásticos, mas trazem consigo um efeito colateral forte e talvez sem volta.

Pesquisas recentes mostram que 7% dos estudantes norte-americanos já foram ou são usuários de anabolizantes e que 9% dos que frequentam academias os consomem regularmente. No Brasil, não existem dados, mas basta entrar na rotina das academias para tomar contato com um fértil mercado negro de drogas contrabandeadas. Nas farmácias, apesar da tarja vermelha, é muito fácil comprá-los sem receita, Eu mesmo comprovei esse fato.

Na década de oitenta, o culto ao físico com a exigência de corpos musculosos combate ao biótipo do chamado gordinho ou rechonchuda; a procura de corpos esculturais, considerados os malhados e sarados, o padrão de beleza tipo Stalone e muitos outros, valorizou mais a estética visual do que o conteúdo.

Com isso aconteceu o chamado boom das academias de ginásticas, o culto às super alimentações, muitas delas sem nenhuma base científica. Jovens e atletas com intuito de melhorar seus resultados ou sua estética passaram a utilizar várias substâncias com efeito anabolizante na tentativa de melhores resultados em pequeno espaço de tempo.

O que são Esteróides Anabolizantes

Os anabolizantes são substâncias sintéticas similares aos hormônios sexuais masculinos e promovem, portanto, um aumento da massa muscular (efeito anabolizante) e o desenvolvimento de caracteres masculinizantes. A massa corporal aumenta porque eles aumentam a capacidade do corpo de absorver proteína, além de reter líquido provocando o inchaço dos músculos.

Geralmente, os anabolizantes, ou "bombas", como também são chamados, são tomados oralmente em cápsulas/tabletes, ou injetados no músculo. Muitas vezes, as drogas são usadas em associação de até três tipos diferentes e em doses 100 vezes maiores que as preconizadas por tratamento médico. Anadrol, Oxadrin e Durabolin são alguns exemplos de esteróides.

Embora muita gente não saiba, o anabolizante tem uso na medicina, para casos de osteoporose, deficiência de crescimento, problemas hormonais masculinos, como o hipogonadismo. Entretanto, só é ministrado em doses terapêuticas e necessitam sempre de prescrição médica para serem adquiridos. "Os médicos receitam doses de, no máximo, 15 mg enquanto que os fisiculturistas chegam a tomar até 300 mg", diz Fernando.

Consequências do uso de Anabolizantes

O efeito de um corpo saudável com os anabolizantes é apenas aparente. Está provado que seu uso só gera danos à saúde. Os efeitos colaterais das superdosagens são muitos. A pessoa pode desenvolver problemas no fígado, inclusive câncer, redução da função sexual, derrame cerebral, alterações de comportamento com aumento da agressividade e nervosismo, aparecimento de acne. Ao todo, 69 efeitos colaterais já foram documentados.

Em garotos e homens existe a diminuição da produção de esperma, retração dos testículos, impotência sexual, dificuldade ou dor ao urinar, calvície, desenvolvimento irreversível de mamas.

Em adolescentes de ambos os sexos, também pode ocorrer parada prematura do crescimento, tornado-os mais baixos que outros, não usuários de anabolizantes.
A parada brusca do uso de anabolizantes também pode produzir sintomas como depressão, fadiga, insônia, diminuição da libido, dores de cabeça, dores musculares e desejo de tomar mais anabolizantes.

O uso compartilhado de esteróides por seringas e agulhas não esterilizadas é comum e pode expor o indivíduo a doenças como Aids, hepatites B e C e endocardite bacteriana.

Caminho sem Volta

Segundo o professor Fernando, não se sabe até que ponto os problemas ocasionados pelo uso das "bombas" são reversíveis. "Os casos têm que ser analisados de forma isolada porque cada organismo reage de um jeito ao uso do esteróide. Em muitos casos, o nível de comprometimento das funções é tão grande que não há opção de cura. Várias pessoas já morreram por causa do uso indiscriminado dos anabolizantes", adverte.

Por tantos riscos e inconvenientes, o uso indiscriminado de anabolizantes deve ser desencorajado, banido do meio esportivo. Para Fernando, a grande arma capaz de resolver esse problema são as campanhas educativas. " O uso de esteróides já se tornou um caso de saúde pública. O governo tem que tomar providências", completa.


Corpo Saudável sem Anabolizantes

Enganam-se os atletas e malhadores que acham que não há esperança sem os esteroides anabolizantes. Alcançar as metas esportivas e estéticas sem comprometer a saúde física e mental é possível. Basta saber esperar, obedecer às regras traçadas por um professor de educação física, alimentar-se adequadamente e suar, suar muito.

O jogador pernambucano Lula, medalhista de prata no Pan-Americano de Winnipeg-1999, no vôlei de praia, é um
exemplo de corpo sarado e tônus muscular perfeito. Aos 38 anos, causa inveja a qualquer marombeiro. Nos lugares que frequenta, os amigos fazem perguntas do tipo: “Como você consegue manter o corpo assim até hoje?” Desde a adolescência, ele treina duro. E, com o passar do tempo, colheu bons resultados. Nas academias, a ansiedade atormenta quem almeja uma forma perfeita. Mas, assim como Lula, com dedicação, paciência e disciplina, qualquer pessoa pode chegar a um resultado satisfatório, sem apelar para esteroides anabolizantes, as populares bombas, que podem até levar à morte ou viciar psicologicamente o usuário.

Especialistas das áreas de nutrição e musculação garantem o sucesso do corpo, no mínimo, apresentável – e sem exageros. Há uma ressalva: a genética é o fator limite. Não adianta nada se matar de malhar e se exceder nos treinos para aumentar medidas e chegar à marca dos sonhos. Se o seu organismo chegou ao ponto máximo, vale a pena respeitá-lo.

Como atleta de alto rendimento, Lula segue à risca a rotina de treino, o cardápio e os momentos de descanso. Só assim, com ajuda de sua genética, moldou o corpo da maneira ideal. Na busca por uma estampa atlética não existe milagre. “É uma questão de dedicação. Se chegam até a mim, desejando um bom corpo, eu passo as orientações. E mesmo quem não tem uma genética predisposta a grandes músculos vai sentir o resultado. Mas tem de obedecer às regras”, comenta Ricardo Ramos, professor de educação física, especialista em fisiologia do esporte.

Uma das principais aliadas da musculação é a nutrição. A ligação é lógica. Se alguém pratica fitness, gasta energia. E se gasta energia, há a necessidade de se alimentar bem – e nunca esquecer o descanso, quando o músculo realmente cresce. “A alimentação e os procedimentos corretos garantem que o músculo cresça”, diz a nutricionista esportiva Roberta Costi.

Um dos setores da musculação mais atingidos pelo preconceito é o fisiculturismo. E muitos atletas usam hormônios para competir em alto nível. Mas até esses praticantes devem seguir adiante sem o esteio das drogas. Para a nutricionista esportiva Roberta Morgana, os competidores podem chegar às suas metas sem se bombar. “Se o fator genético for favorável, consegue-se conquistar a forma de competição. É só seguir alimentação correta, treinar e ter paciência. Já tive um cliente fisiculturista que obteve bons resultados”, admite Morgana.

Ganho de massa respeitando limite e tempo corretos, como ocorreu com Lula, força o organismo a respeitar uma nova realidade. Quando acontece de forma rápida, essas mudanças, potencializadas pelos anabolizantes, causam estranheza ao corpo. E havendo uma diminuição no ritmo de treino ou desconcentração na dieta tudo vai por água abaixo. “Na mesma rapidez em que se perdeu peso e ganhou músculos, tudo vai embora. Essa é outra vantagem de chegar a um bom corpo de forma saudável”, conclui Morgana.