Sinopse
Prólogo
A catorze de janeiro de 1862, era grande a afluência na assembléia da Real Sociedade Geográfica de Londres, localizada na Praça Waterloo, 3. O presidente, Francisco M..., fazia importante comunicação aos seus colegas, através de discurso freqüentemente interrompido por aplausos.
A extraordinária peça deo eloqüência terminava finalmente por algumas frases empoladas e transbordantes de patriotismo:
"A Inglaterra sempre esteve à vanguarda das nações pela intrepidez de seus viajantes que seguem a trilha dos descobrimentos geográficos. O doutor Fergusson, um dos seus gloriosos filhos, não negará a sua origem. Esta tentativa, se obtiver êxito, vinculará, completando-as, as nações esparsas da cartografia africana e, no caso de malograr, pelo menos permanecerá como das mais audaciosas concepções do gênero humano. “
- Viva! Viva! - berrou a assistência, eletrizada pelas empolgantes palavras.
- Viva o intrépido Fergusson! - bradou um dos membros mais expansivos da assembléia.
Gritos entusiásticos retumbaram. O nome de Fergusson estrugiu em todas as bocas. O recinto vibrou.
Entretanto, lá se encontravam numerosos homens envelhecidos e fatigados, viajantes destemidos cujo temperamento inconstante os transportara às cinco partes do mundo. Todos. Afinal, quem era esse doutor e a qual empreendimento pretendia consagrar-se?
O pai de Fergusson, bravo capitão da marinha inglesa, familiarizara o filho, desde a mais tenra idade, com os perigos e as aventuras de sua profissão. A criança, que parecia jamais ter conhecido o temor, revelara imediatamente espírito vivo, inteligência de pesquisador e propensão invulgar para os trabalhos científicos. Demonstrara, além disso, habilidade pouco comum para sair-se bem em qualquer circunstância.
Bem cedo sua imaginação inflamara-se à leitura das narrativas das empresas ousadas e das explorações marítimas. Estudou apaixonadamente as descobertas que assinalaram a primeira parte do século dezenove. Sonhou com a glória dos grandes exploradores e até mesmo, creio, com a de Selkirk, o Robinson Crusoé, a qual lhe não parecia inferior àquelas. Quantas horas deliciosas passou ele com o herói na sua ilha de João Fernandes! Muitas vezes aprovou as idéias do marinheiro abandonado, muitas outras discutiu os seus planos e projetos, pensando que teria agido de outro modo em tal caso, seguramente tão bem como ele ou, talvez, melhor ainda! Mas o que era ponto pacífico é que não teria abandonado a ditosa ilha onde se sentia feliz como rei sem súditos, ainda que o quisessem fazer primeiro lorde do Almirantado!
Sem dúvida, teriam que se desenvolver tais qualidades em quem passou a mocidade pelas quatro partes do mundo.
Assista o Filme Completo
Nenhum comentário:
Postar um comentário