11/10/2010

Loreena Mckennitt

Em 1985 Loreena lança seu primeiro disco, Elemental , uma coleção de canções folclóricas misturadas a poemas musicados de Yeats e Blake. Uma vez capaz de tocar e gravar sua própria música, Loreena achou que mais valia seguir em frente, produzindo-a e distribuindo-a. Assim, Loreena, cantora e harpista, também se tornou Supervisora Total da Quinlan Road Productions. Dois anos depois, já com 30 mil cópias do primeiro disco vendidas, ela gravou o segundo álbum, To Drive the Cold Winter Away, trazendo canções de Natal. Já o terceiro disco, Parallel Dreams, de 1989, foi bem recebido também na Europa. Tudo pronto para a chegada de The Visit, que a fez famosa em todo o país, valendo-lhe até o "Juno Award" (o Grammy canadense) na categoria disco tradicional. The Visit rendeu-lhe Disco de Platina no Canadá e vendeu mais de 400.000 nos Estados Unidos. Ao eleger The Visit um dos seus melhores 50 álbuns de 1992, a revista Britânica "Q" definiu-o como "uma coleção notável de canções tradicionais e originais. Sendo uma harpista de grande talento, ela [Loreena] interpreta Greensleeves como Tom Waits o faria, põe os poemas de Shakespeare e Tennyson ao seu serviço com uma garra impressionante, e onde outros evidenciam uma bagagem Céltica desnecessária, ela alivia-a ao adicionar-lhe sintetizadores, pandeiretas, cítaras, baixos e tambores. . . The Visit é uma festa melódica recheada de surpresas, encabeçada por uma das mais imponente performances vocais dos últimos anos."
       The Mask and Mirror é, para usar as próprias palavras de Loreena, a busca pela resposta a uma pergunta: "O que é Deus e o que é religião?". Loreena afundou-se em leituras sobre a história da Espanha, da religião e de como a Espanha serviu como uma espécie de encruzilhada para a evolução da civilização ocidental. Todas as suas descobertas, somadas ao imaginário céltico, dos Pirineus à Galícia, chegando a Andaluzia e passando por Gibraltar até o Marrocos numa espécie de jornada espiritual e musical. O álbum desenvolve os temas Celtas presentes em The Visit, e incorpora música influenciada pelas culturas de Espanha, Marrocos, Norte de África, França medieval e Normandia. É aqui que a música de Loreena se interliga com os escritos de São João da Cruz, místico e visionário. Aqui, onde a sua inspiração advém de "um fascínio pelos aspectos criativos e espirituais de natureza e expressão, e a distinção entre o religioso e espiritual."
       Em 1995, foi a vez de A Winter Garden : Five Songs for the Season, uma seleção de canções invernais. O disco foi gravado no Real World Studios de Wiltshire, uma região rural da Inglaterra e, segundo Loreena, foi a sua mais feliz experiência em estúdio. Em suas próprias palavras: "Tinha todas as características de um encontro às cegas," sorri Loreena McKennitt ao recordar os três intensos dias de sessões de trabalho levados a cabo nos Real World Studios em julho, dos quais resultaram as texturas sônicas, ricas e ecléticas de "A Winter Garden: Five Songs For The Season". "Eu não diria que estava nervosa, mas estávamos todos com o coração nas mãos até ver o que iria acontecer."
       "Até então tinha procurado criar uma oportunidade para trabalhar com novos músicos, juntamente com a minha banda habitual, e explorar a química que daí resultasse." Explica a cantora/compositora e multi-instrumentalista, que confessa ser uma Celta errante. "Sentia que, de certa forma, os cânticos de Natal eram canções familiares que nos podiam ajudar a focar a atenção nos nossos talentos musicais, no processo de colaboração e da própria criação. Então, apagamos as luzes, reduzimos a temperatura . . . e ligamos a máquina de neve", diz ela a brincar. Também, em 1995, Loreena grava seu único disco ao vivo, durante o concerto no Palace of Fine Arts em San Francisco. O resultado pode ser visto no álbum Live in San Francisco at the Palace of Fine Arts.
       Finalmente, após dois anos sem gravar nada, em 1997 Loreena delicia seus fãs com The Book of Secrets, gravado no Real World Studios, na Inglaterra. O Real World é um estúdio cheio de recursos na maravilhosa residencia rural de Peter Gabriel, que, segundo Loreena, a sensação que se tem é de se estar entre uma comuna e um kibutz. No jantar (que é sempre um banquete maravilhoso) podia-se sentar próximo a engenheiros, produtores e músicos que podiam estar trabalhando com pessoas como Massive Attack, Black Grape ou Sheila Chandra. O estúdio fica a apenas uma hora e meia de Londres, uma Mecca de antigos e estranhos instrumentos e músicos. Neste disco os músicos convidados por Loreena são Danny Thompson, Manu Katché, Caroline Lavelle, Nigel Eaton e Hossam Ramzy.
       Segundo Loreena, "quando a música é tocada para o público, sempre há uma dinâmica e personalidade própria, que depende da química do dia, da interação dos músicos com a platéia e o lugar onde estão tocando. E é claro, ao vivo, a música tem sua dose de espontaneidade". Pensando nisso, Loreena resolveu gravar um álbum ao vivo, durante a turné de "The Book of Secrets" que começou em Roma, na primavera de1998 e terminou em Munique, passando por um aperto na rota para Hamburgo, abastecendo na auto-estrada de Barcelon, Páscoa em Bruxelas, ônibus e caminhões fazendo seus caminhos através da noite. Vôos para Montreal, Nova Iorque ou Los Angeles, as luzes dos aeroportos, estradas, caminhos... a exótica e eclética mistura de experiências, do sublime ao ridículo, do tocante ao enfurecedor, do revigorante à exaustão.
       Live in Paris and Toronto foi gravado em abril e maio de 1998, no Salle Pleyel, em Paris e no Massey Hall, em Toronto. O CD duplo, disponível inicialmente apenas pela Quinlan Road, terá parte de sua venda destinada ao "The Cook-Rees Memorial Fund for Water Search and Safety". Atualmente você pode encontrá-lo nas boas lojas de CDs.
       É preciso ser uma pessoa excepcional, com um pé na sala de reuniões e outros palcos, para se manter assente no século XX enquanto convive com o século XV. Alguém como uma certa pessoa que vive no Canadá. Todos serão capazes de a reconhecer instantâneamente pelas suas companhias ecléticas.
       Se você pensa que ouviu uma canção familiar na grande (ou na pequena) tela ultimamente, você pode estar certo. "The Mystic's Dreams" é apresentada extensivamente no filme Jade; partes de "Bonny Portmore" e "Cé Hé Miss Le Ulaingt/The Two Trees" aparecem em Highlander III, e passagens de "The Lady of Shalott" foram usadas em Leolo. Recentemente, nos créditos de Due South incluem o uso de "Prospero's Speech" e "Tango to Evora" em Northern Exposure e muitas faixas em Strange Luck. Também "Ancient Pines" faz parte da trilha do filme Goddess Remembered. Não tão nobre como a trilha de um filme, Loreena chegou à trilha da novela global Corpo Dourado com "The mummers' dance" o que, de certa forma levará sua música a um público maior.

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