26/06/2011

EXPO ANCHIETA 2011




DÉCADA 60 E SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE DO ADOLESCENTE NO MERCADO DE TRABALHO

  
RESUMO

O mercado de trabalho encontra-se em constantes mudanças por meio de novas tecnologias, mão de obra especializada, disponibilidade de candidatos e mais seletividade referente às escolhas. Neste cenário o adolescente entra em um mundo totalmente desconhecido, que acarretam mudanças em seu comportamento e forma de pensar, exigindo a necessidade de uma adequação de costumes, por meio de sua entrada no mercado de trabalho perceberá que nada é igual ao tempo de escola, tendo que conviver com novas regras e com um ambiente até então desconhecido. As mudanças ocorridas na década de 60 e no século XXI são muito nítidas, pois os meios de comunicação tem exercido grandes influências nas transformações desses jovens, as leis e o tratamento sofreram alterações. Hoje o adolescente conta com uma maior facilidade e preparo para a inserção no mercado de trabalho, diferentemente do adolescente da década de 60 que estavam mais preocupados com a luta pelos seus ideais, lutando pelos seus direitos e a favor de um pais melhor. Este trabalho favorecerá o entendimento das alterações ocorridas nas duas gerações ao longo dos anos.

Palavras Chaves: Adolescente. Mercado de Trabalho.



1. INTRODUÇÃO

Ao longo do tempo as transformações ocorridas durante a década de 60 e o século XXI proporcionaram ao adolescente grande e significantes mudanças no cenário referente ao mercado de trabalho. Nesse período eles sofreram diversas transformações culturais que implicaram em suas vestimentas, gírias, costumes e ideologias.

Na década 60 eles lutavam pelos seus direitos, aclamando por um país melhor. No século XXI estão mais suscetíveis a redes sociais, modas propagadas pela mídia e em buscas por uma vaga no mercado de trabalho de forma muitas vezes prematura.

Através da prática aplicada no estágio nos possibilitará o conhecimento e a aplicação do conhecimento. Facilitará uma análise do ser humano, através de um conjunto de procedimentos. Conhecer os anseios, nervosismo das pessoas frente a uma entrevista, ajudará a analisar como os jovens enfrentam esse processo.

Por meio da análise destas duas gerações será possível apresentar as mudanças ocorridas neste cenário, aprovações de leis e diretrizes que garantem o bem estar social, trabalhista e principalmente descobrir quais os motivos que os conduzem a procurar cada vez mais a sua independência financeira.

1.1.1  OBJETIVO GERAL    
                                                       
Apresentar as diferenças de educação, gírias e ideologia entre as  duas gerações: adolescentes dos anos 60 e os da atualidade, abordando o que mudou em sua trajetória frente ao mercado de trabalho.

1.1.2 OBJETIVO ESPECÍFICOS 

Pesquisar as transformações ideológicas, educativas, gírias e costumes ocorridos entre as duas gerações, ampliando o conhecimento de maneira que possa favorecer o entendimento das alterações e mudanças do adolescente ao longo dos anos.

2. DÉCADA DE 60 E SÉCULO XXI: UMA ANÁLISE DO ADOLESCENTE NO MERCADO DE TRABALHO

2.1 DEFINIÇÃO ADOLESCÊNCIA

O termo adolescência nem sempre foi conhecido e valorizado, possivelmente tenha surgido dos movimentos da história. No império romano uma criança que nascia era entregue para uma nutriz cuidar até a puberdade, dando-lhe educação para a formação do caráter. Aos 14 anos o adolescente abandonava as roupas infantis e somente aos 17 podia entrar para o exército. O pai era quem decidia o momento da criança se tornar adulto, desse modo, não havia um marco que separasse a criança do adolescente.

Na idade média a criança só era reconhecida como adulto quando aparecia a barba, sendo o pêlo a prova de que se tornara adulto. Os formados ‘homens’ eram treinados para serem habilidosos guerreiros. Nessa época não havia lugar para a adolescência, que era confundida com a infância, por mais que já existisse a classificação dos períodos da vida.

Somente no século XVIII que se tentou definir o conceito de adolescência, mas foi a partir do século XX que o adolescente moderno estabeleceu-se como um objeto natural, por meio dos pressupostos científicos. Dessa forma, houve-se interesse sobre o adolescente, definindo-se a puberdade e as mudanças psíquicas. Hoje em dia, ao abordarem sobre adolescência pensa-se logo em transformações, marcadas por mudanças corporais e comportamentais.  A adolescência se caracteriza por ser um período de transição da fase infantil para a fase adulta.

É um período entre a dependência infantil rumo à autosuficiência adulta. Uma experiência de vida marginal na qual novas experiências que distinguem o comportamento da criança do comportamento do adulto em uma determinada sociedade têm que ser feitas. O período que se estende aproximadamente dos 12 anos até os 21 anos, com grandes variações individuais e culturais. O período de ajustamento sexual, social, ideológico, vocacional e de luta pela emancipação. (ABERASTURY,1981 apud PRESTES, 2007, p.64).

Adolescer (em latim) significa crescer, desenvolver-se. Esse período reflete conflitos, traumas e tensões. Essas condições se fazem presente no desenvolvimento do adolescente para a reelaboração da identidade adulta. O ambiente social reserva um lugar de novas experiências aos adolescentes, sendo de suma importância para a maturidade deles. Conforme Prestes (2007, p.64), “entende-se maturidade como o estado em que o indivíduo domina o seu ambiente, mostra uma certa unidade de perceber, adequadamente o mundo e a si mesmo”.

A adolescência divide-se em três grandes períodos: pré-puberdade que vai dos 11 aos 13 anos, em que há o desenvolvimento dos aspectos físicos; puberdade dos 13 aos 18 anos, no qual se privilegia o desenvolvimento psíquico e por fim a pós-puberdade dos 18 aos 21 anos. Neste período privilegiam-se os aspectos sociais, elaboração da temporalidade (ontem, hoje, amanhã), conduta social, identidade pessoal e escolha sexual. De acordo com Irene Prestes (2007, p.63) Aberastury (1981, p.89) ressalta que literalmente, adolescência [...] significa a condição ou o processo de crescimento. O termo se aplica especificamente ao período da vida compreendido entre a puberdade e o desenvolvimento completo do corpo”

 A adolescência refere-se às mudanças no comportamento e no status social frente às novas proporções que começam a surgir, como as mudanças no próprio corpo. Esse equilíbrio com o mundo interno possibilitará a relação com os outros. De acordo com Palácios e Oliva (2004) “a adolescência é um período psicossociológico que se prolonga por vários anos a mais e se caracteriza pela transição entre a infância e a idade adulta”. Os autores enfatizam que a adolescência não é necessariamente universal, e que não adota em todas as culturas o mesmo padrão de características (2004, p.311).

A questão da puberdade traz consigo mudanças físicas, um processo em que o adolescente experimentará mudanças significativas, que trarão impacto no nível psicológico, afetando a forma de pensar, de sentir e de agir. A diferenciação ocorrerá nos corpos masculino e feminino claramente, tanto no que se refere às características sexuais primárias (órgãos reprodutores) quanto às características sexuais secundárias (pêlo facial, mudança na voz, crescimento, seios). Essas transformações físicas são colocadas em andamento por vários mecanismos hormonais desencadeando um longo processo de mudanças.

Nos meninos o primeiro sinal de mudanças está relacionado com o aumento dos testículos, surgimento dos pêlos pubianos e crescimento do pênis, seguido depois do crescimento dos pés e das mãos. As meninas por sua vez são visíveis o crescimento dos seios, os quadris começam a ganhar contornos, os pêlos pubianos começam a surgir, o aumento da gordura corporal. A menstruação será uma das últimas mudanças puberais, marcando o início da maturidade sexual da menina.

Em ambos os sexos há o aparecimento de acnes, o que faz, com que alguns adolescentes se reprimam, sentindo se feio. Dessa forma o adolescente traz na mente a idéia de um corpo idealizado, e quanto mais esse corpo se distancia do real, maiores as possibilidades de um conflito que resulte em depressão e isolamento.

[...] como as mudanças físicas são graduais, também serão progressivas as modificações no nível psicológico, e o status puberal, ou nível de desenvolvimento da puberdade de um adolescente em um momento determinado, tenderá a ser associado a certos traços psicológicos. (PRESTES e OLIVA,  2004, p 316, 317).


Ao entrar no mundo dos adultos, pode significar para o adolescente a perda da condição de criança. É o momento do desprendimento dos pais, e isso gera um período doloroso. O adolescente agora precisa elaborar o processo de luto pelo corpo de criança, pela identidade infantil e pela relação com os pais da infância.

Esse período confuso e ambivalente caracteriza-se por atritos tanto com o meio familiar quanto com o meio social. Desse modo, processam-se os lutos na busca de uma nova identidade, que só começa a surgir quando o adolescente aceita aspectos de criança e adulto.

Os pais também necessitam desprender-se do filho criança e evoluir para a relação com o filho adulto, o que impõe renúncia de sua parte. Quando o adolescente consegue elaborar os lutos verá seu mundo interno mais fortificado, uma vez que exteriorizará seus conflitos de acordo com sua estrutura e suas experiências.
De acordo com Palácios e Oliveira (2004, p.312),  Erikson considera a adolescência um período fundamental no desenvolvimento do eu, já que as mudanças físicas, psíquicas e sociais levarão o adolescente a uma crise de identidade cuja resolução contribuirá para a consolidação da personalidade adulta.

A construção da identidade é uma tarefa importante na adolescência, sendo um processo árduo e crucial para o adolescente. É um período de desprendimento e de identificações. Lepre (2011) relata que a adolescência faz nascer um novo referencial, é como um novo nascimento: só que agora é o ‘recém nascido’ quem deve escolher o nome. 

Então, um belo dia, a lagarta inicia a construção do seu casulo. Este ser que vivia em contato íntimo com a natureza e a vida exterior, se fecha dentro de uma ‘casca’, dentro de si mesmo. E dá início à transformação que levará a um outro ser, mais livre, mais bonito (segundo algumas estéticas) e dotado de asas que lhe  permitirão voar. Se a lagarta pensa e sente, também o seu pensamento e o seu sentimento se transformarão. Serão agora o pensar e o sentir de uma borboleta. Ela vai ter um outro corpo, outro astral outro tipo de relação com o mundo. (LEPRE, 2001 apud BECKER, 1997 p.14)

Neste processo de transformações, os adolescentes experimentam vários sentimentos em busca de um referencial. É um período marcado por instabilidades e dificuldades emocionais.
De tudo que foi exposto entende-se que a adolescência é uma experiência pessoal e um fenômeno cultural, e que as características típicas desse processo são a essência do constituir a ‘identidade adolescente’.

2.2 HISTÓRICO DA DÉCADA DE 60

A década de 1960 ou simplesmente os anos 60 foi dividido em dois períodos, o primeiro que vai de 1960 a 1965 foi um período marcado por um sabor de inocência e lirismo com manifestações sócio-culturais e no âmbito político verifica- se o idealismo e o entusiasmo do espírito de luta dos jovens e adultos. 

Já na segunda fase dessa década que vai de 1966 a1969 já era visível um estado de espírito que definiria os anos 70, nessa época já se revela uma experiência com drogas e a perda da inocência, revolução sexual e protestos dos jovens contra as opressões governamentais. 

Nessa época também aconteceu a grande revolução comportamental com o surgimento do feminismo e grande movimento das massas em favor dos homossexuais e dos negros. Também aconteceram os movimentos comportamentais, entre eles o dos hippies, que desencadeiam um movimento de protesto em todo o país contra a guerra fria, a guerra do Vietnam e o Racionalismo esse movimento também foi chamado de contracultura.

A moda promoveu grandes transformações em todos os aspectos nessa época, mudando o estilo dos jovens de se vestirem, esses jovens influenciados pela idéias de liberdade ‘On the Road’ deram o inicio a oposição a sociedade de consumo vigente acontecendo uma mudança radical na forma de se vestir, era o final da moda única que a partir dessa data, passaram a ter várias propostas e se tornaram cada vez mais ligadas ao comportamento, ocasionando uma mudança radical.

Conscientes desse novo mercado de consumo dos jovens daquela época, as empresas passaram a investir em produtos específicos para aquele público consumidor, que pela primeira vez passaram a ter a sua própria moda, não mais sendo obrigado a seguir o estilo derivado dos mais idosos, o lema era: ‘a moda era não seguir a moda’, representado claramente um sinal de liberdade e desejo da juventude
Nessa década teve o surgimento da jovem guarda movimento musical que promovia sucesso na televisão e que também ditava a moda para os jovens, já que todas as vestimentas usadas nos shows pelos cantores e artistas eram prontamente imitadas e seguidas pelos jovens e ganhavam aceitação. 

Essa moda da época também foi muito observada nos cortes e estilos dos cabelos, os calçados favoritos eram as botas de couro e roupas coloridas marcavam um cenário de alegria e liberdade, nessa época o cenário musical foi muito rico com o surgimento do talento de muitos jovens capazes de promover grandes shows com reuniões de muitas pessoas em festivais de musicas em clubes e teatros.

Para que as organizações possam entender as razões pelas quais somos levados a comprar determinados produtos, especialmente objetos e serviços supérfluos, desejar determinadas marcas e grifes, freqüentar shoppings e passar boa parte de nosso tempo envolvidos em experiências de consumo, é preciso descobrir o modelo mental que dá origem às suas decisões de compra. Para entender o consumo é preciso entender como classificamos objetos e pessoas, elaboramos semelhanças e diferenças. E assim ver que os motivos que governam nossas escolhas entre lojas e shoppings, marcas e grifes, estilos e gostos. (ROCHA, 2000, p. 32).

No âmbito educativo a década de 60 deu um impulso com o Estado associado à Igreja Católica ocorrendo o surgimento de campanhas educativas em todo país com a modernização do ensino e novas técnicas educacionais, entre eles o Movimento de Educação de Bases (MEB), o único movimento a sobreviver ao golpe militar de 1964, pois durante esse período todos os movimentos de alfabetização que vinculavam à idéia de fortalecimento de uma cultura popular foram reprimidos pelo novo regime militarista. O Movimento de Educação de Bases foi o único a sobreviver por estar ligado ao MEC e a Igreja Católica, mas devido a grandes pressões e escassez de recursos financeiros, grande parte do sistema encerrou as suas atividades em 1966.

Em 1964 aconteceu o golpe militar apoiado pela igreja Católica e diversos setores entre eles Empresariado estrangeiros, latifundiários e estendendo-se por jornais conservadores que apoiavam os militares da época. Nesse momento da história aconteceu a substituição do populismo decadente pelo regime ditatorial que vinha com a proposta de estabilizar o país, acabando com a corrupção e subversão, desencadeando a opressão, aumento da dependência econômica e o crescimento da divida externa.

A população jovem nesse cenário teve um papel importantíssimo, principalmente, aqueles que eram participantes de grupos estudantis universitários que juntamente com os sindicatos formavam grupos de resistências ao regime instalado, e através de ações organizadas buscavam a todo custo uma liberdade, desencadeando uma grande e impiedosa perseguição a todos que participavam desses movimentos punindo-os com a prisão, e levavam alguns ao extremo da luta armada. 

O golpe militar através dos seus atos punia a todas as pessoas que se demonstravam contrária ao regime. Tratava-se de uma forma de governo autoritário onde só quem tinha vez e voz eram os militares. Os jovens da época se reuniram nas Universidades e em locais escondidos para planejar e articular planos de como tirar o poder dos militares, realizavam grandes passeatas e enfrentava a polícia, essa ação dos jovens contava com o apoio dos artistas que através de músicas e peças teatrais protestavam contra o novo regime instalado no país.

Devido a esses protestos aqueles que eram contrarios ao regime e de certa forma ameaçavam o poder foram presos, ameaçados, perseguidos, torturados e exilados, entre essas pessoas estavam muitos jovens, estudantes que juntamente com artistas desencadeavam os grandes protestos nas capitais do país.

A participação dos jovens principalmente os universitários através dos movimentos estudantis se deu de forma inflamatória, a mudança do pensamento conservador, buscava reformas na educação e o enfrentamento com o estado de governo que acabara de ser implantados pelos militares no país, eles buscaram união com outros setores da sociedade e sindicatos de trabalhadores para poder enfrentar esse período. Algumas análises a respeito da juventude caracterizam os jovens dos anos 60 pela sua rebeldia.

2.3.1 INFLUÊNCIAS

A adolescência nada mais é do que a fase de formação de idéias, se o jovem possui influências firmes, como convicções ele trará provavelmente o mesmo caráter. Essa fase pode ser simples se os jovens forem abordados com boas estruturas.
Destacaremos as influências que os adolescentes sofreram através dos tempos, referentes à cultura, vestimentas, gírias, costumes e ideologias.
A princípio abordaremos essas influências a partir da década de 60, um período de explosão de juventude em todos os aspectos. Jovens influenciados pelas idéias de liberdade começaram a se opor à sociedade de consumo vigente, um movimento que influenciaria novas mudanças de comportamentos, como a contracultura e o pacifismo do final da década.
Cabe destacar que durante esse período histórico, o reduto jovem mundial se transferiu para São Francisco (EUA), onde foi o berço do movimento hippie, onde com suas roupas coloridas e alegres faziam suas marchas pacificas e ecoavam seu lema “paz e amor”, manifestações e palavras de ordem mobilizaram jovens de todas as partes do mundo.

Nascia assim o psicodelismo, o jovem tinha a filosofia do “cair fora”, de tudo que lhe trazia repressão, esse jovem buscava novas descobertas e nesta busca incansável, se deparavam com as drogas alucinógenas, que os levavam a expandir a mente e alargar a consciência. Tinham em mente a busca do prazer e da felicidade, no ‘aqui e agora’.
 
Em contrapartida essa juventude estava em busca de outro tipo de vida, substituíam a rotina das aulas, por manifestações e protesto. Suas organizações políticas multiplicavam-se em choques com a polícia era inevitável. Faziam parte de um novo comportamento, cabelos compridos, roupas coloridas, misticismo oriental, musicas e drogas.

O Rock tem exercido maior influência na vida dos jovens durante as últimas décadas  tanto na moda como em seu comportamento. Nos anos 60 o Rock já era considerado transgressor e desafiador da sociedade. Sua rebeldia é demonstrada pelo “desleixo” em relação à aparência. Na passagem dos anos 60 para os 70, o movimento hippie, teve a postura pacifista, livre, trazendo mudanças notáveis na moda. Calças de boca de sino, camisetas coloridas, camisetas justas com golas exageradas, acessórios tanto para homens quanto para mulheres, assim como os cabelos longos.

A rebeldia dos anos 60 culminou em 1968, com a explosão do movimento estudantil, o surgimento da pílula anticoncepcional responsável por um comportamento sexual feminino mais liberal e a chegada do homem a Lua em Julho de 1969, e com um show de rock, o ‘WOODSTOCK MUSIC ART FAIR’, em agosto do mesmo ano, que reuniu cerca de 500 mil pessoas em três dias de amor, musica, sexo e drogas. Os adolescentes desta década foram influenciados pelo período histórico, destacaremos a seguir as principais mudanças de comportamento nessa geração.
2.3.2 MODA DA DÉCADA DE 60
Estilo hippie

Jeans e calças militares usadas com enormes bocas de sino, tachinhas, bordados e muito brilho;
Camurças com franjas;
Estilo apache;
Estilo safári;

Colares de contas miçangas, bijuterias étnicas;

Saias e calças de cintura baixa com cintos largos ou de penduricalhos;

Estampas florais, Pucci e psicodélicos em quantidade;

Roupas artesanais, materiais naturais e tinturas caseiras;

Bolsas de crochê com franjas com alça a tiracolo;

Botas de camurça e sandálias plataforma;

Saias longas, estampadas, estilo cigano e muita interferência de brilhos e plumas
nas roupas, se acentuando no final da década de 60 em uma forte inspiração dos anos de 1930 em todas as formas de arte.

Embora a década de 60 tenha testemunhado diversos estilos, ela sempre estará associada à mini-saia.
Nesta década, a moda focalizou-se no jovem, ampliando a massa consumidora, foram os anos ‘do ultimo grito da moda’, o inicio da escravidão das garotas, em busca de um ‘novo look’, suas principais preocupações estavam ligadas aos estudos, manter os cabelos compridos e a obsessão por uma calça LEE ou LEWIS.

2.3.3 MÚSICA

A música estava na vida de todos os adolescentes dos anos 60, comprar LPs era moda. As grandes novidades musicais estavam nas rádios AM, as emissoras de F M só se ouvia em uma sala de espera de um consultório de dentista. Foi um período marcado também por inesquecíveis festivais, que fizeram despontar grandes nomes.

A influência da música foi de grande importância para essa década, onde destacamos  o Rock, que de acordo com Miggiati (1981) era uma forma de protesto, “à parte as diferenças, os temas que tratavam traduziam as inquietações de grande parte da juventude: o amor, a bomba, as discriminações raciais, a guerra, a esperança”.( Muggiati, 1981).

2.3.4 GÍRIAS

Preti (2004) esclarece que:

A partir  da década de 60, a própria evolução da sociedade urbana brasileira propiciaria um crescimento considerável do uso das gírias nas cidades grandes. Não só a música popular, mas também o cinema, o teatro; a imprensa; o rádio e a televisão; a propaganda; os grandes esportes como o futebol; os centros de diversão como “mundinho” noturno e as casas de dança criaram seu vocabulário típico, às vezes, verdadeiros códigos fechados, em constante transformação, para manter a originalidade e preservar o signo identificador do grupo social.

A gíria tem a função de identificar as pessoas pela idade, quando usa uma gíria em desuso, o que demonstra a transformação constante no tempo e no espaço a que está sujeito o vocabulário. Segue algumas gírias que faziam parte do vocabulário dos adolescentes desta década:

Anos 60: Bacana: (bonito), cafona (feio), carango (carro), gamar (apaixonar-se), gata (mulher bonita), paca (muito), pelego (líder sindical), pra frente (moderno); aldeia global (nosso mundo), boa pinta (de boa aparência), papo firme (conversa seria), tremendão (rapaz bonito).

Os anos rebeldes, foram os primeiros passos para que os jovens fizessem de seus corpos a mídia, dividiu em grupos e subculturas e saiam pelas ruas, com o intuito de revolucionar o meio em que viviam. Eram eles próprios os símbolos de seus ideais extrapolavam a noção da vestimenta como proteção, pudor e adornos, rompendo fronteiras e instaurando a roupa como meio de comunicação, que transmitia mensagens tanto pelas formas, cores e volumes e principalmente pelas frases contestadora inscritas em suas camisetas e bottons.

2.3.5 ADOLESCENTE SÉCULO XXI

No século XXI, os moldes da geração de adolescentes estão enquadrados nos padrões de uma realidade de muitas cores, sons e imagens, onde eles passam a ser portadores de desejos, idéias e sonhos de um mundo repleto de apelações que os desafiam a cada minuto.   

Uma das principais características na mudança de comportamento desse adolescente é a necessidade de pertencer há um grupo, essa inserção em diferentes grupos sociais ao longo da adolescência justifica-se por interesses diversos, valores culturas, estilos de se vestir, lazer. Isso lhe dá o sentimento de pertencimento a um grupo.

Atualmente há uma mudança de dimensões consideráveis no tratamento da aparência e da moda. O adolescente contemporâneo não é mais o símbolo da revolução, que usava seu corpo como veiculo de mensagens contestadoras, nem tampouco um clone de seus ídolos.

As pesquisas, teorias e idéias veiculadas pelos meios de comunicação impõem um estilo de vida, um modo de vestir e calçar que se generaliza por toda a sociedade e contribui para criar a ótica pela qual a sociedade vê, compreende e se relaciona com o adolescente, acabando, provavelmente, por influenciar a forma como é elaborada a representação social da adolescência e do adolescente. (SALLES, 1998, p.43).


2.3.6 GERAÇÃO Y

Essa geração, mas conhecida como a ‘geração y’, cresceram em uma década de valorização intensa da infância, com Internet, computadores e educação mais sofisticada que as gerações anteriores. Ganharam auto-estima e não se sujeita a realizarem atividades que não fazem sentido ao longo prazo.

As características mais importantes dessa geração são: indivíduos bem informados e espertos em mídia, amadurecendo com um bom entendimento da economia digital, deixando-os confortáveis com as mudanças trazidas pelas novas tecnologias.

Segundo Ritchie (1995), a Geração Y tem como opções de tecnologias de comunicação: televisão, aparelhos celulares e computadores pessoais, portanto nasceu e cresceu diante delas, daí sua familiaridade com as mesmas.
           
Entretanto observa-se que os adolescentes dispõem de maior acesso ao conhecimento e mais neutralidade moral, não havendo uma clara distinção do que é certo ou errado.
             
2.3.7 MODA NA ADOLESCÊNCIA

A moda na adolescência é em geral à vontade dos jovens para se mostrarem diferentes dos adultos. Nesses primeiros anos do século XXI, os seus estilos despojados, demonstram a necessidade de pertencer a um grupo, os rapazes com seus jeans largos e postos para baixo mostrando seus ‘boxers’, as garotas com  roupas mais apertadas e curtas do mesmo gênero.

Alguns adolescentes usam certos tipos de roupas por se sentirem bem, mas outros, que são a maioria, fazem para não ficarem deslocados nos grupos e para se sentirem superiores ao outros, conquistando assim seu passaporte para a popularidade.

2.3.8 LINGUAGEM

Neste aspecto a linguagem entre os adolescentes sofreu muitas transformações, devido à tecnologia e a rapidez da informação. O jovem deste século criou outra forma de se comunicar, a linguagem simplificada. O adolescente tem grande facilidade de se adaptar a símbolos, devido às características de sua própria idade. Com isso suas conversas por mensagens via celular, e-mails obtiveram outro formato, a linguagem abreviada, usada nas conversas pela web os adolescentes seguem padrões de oralidade, substituindo a conversa ou um bate-papo. Tudo acontece em tempo real, apesar da distancia e para compensar a ausência física do interlocutor usam-se representações de emoções.

Os adolescentes de hoje contam com mais um “aliado” para suas fugas, que é o computador, aparentemente uma fuga menos perigosa. Passam horas desfrutando de jogos ou navegando na Internet, muitas vezes os pais desconhecem os perigos que a virtualidade pode proporcionar no desenvolvimento do individuo.


Fechar-se no quarto hoje é estar longe da família, mas conectado ao mundo via Internet, telefone, televisão... assim, há muitos jovens que não precisam sair de casa para ir as esquinas e padarias, pois do quarto entram nas esquinas e padarias virtuais. Nestas, assim como nas presenciais, existem boas e más companhias e bons e maus artigos a serem comprados. Existe a segurança física de estar dentro do quarto em casa, mas a insegurança virtual ronda a sua via. ( TIBA, 2005, p. 84)


2.3.9 Música

A música tem extraordinária influência sobre as pessoas. Diante do contexto, o adolescente por estar na fase de formação de sua personalidade é muito mais vulnerável às influências.

As musicas mudaram comportamentos na década de 60 e continuam até hoje, criam estilos entre os jovens e adolescentes, e a mídia contribui de forma grandiosa, preocupada apenas e exclusivamente no comercio.

2.3.10 INFLUÊNCIA DOS PAIS NA ESCOLHA DA PROFISSÃO

Essa geração tem dificuldades em trocar de roupa, o quarto está sempre bagunçado, a mochila desorganizada, são alguns indicativos de uma mente desorganizada. Mas seu raciocínio é rápido, sua capacidade de interagir simultaneamente com diferentes estímulos é o resultado de uma mente perspicaz.

O adolescente atual além conviver com suas mudanças corporais, seus conflitos agora buscam espaço para os seus brinquedos tecnológicos, estão rodeados de informações, o seu estilo será determinante para sua inclusão no grupo.

Segundo Gade (2009) a escolha da profissão é uma das decisões mais sérias da vida de uma pessoa, pois ela determina, de certo modo, o destino do individuo, bem como seu estilo de vida, a educação e até o tipo de pessoas com quem irá conviver no trabalho e na sociedade. Um erro de escolha equivale a um erro da vida.

Em muitos casos os jovens são depositários de fantasias inconscientes da família, e dessa maneira cabe-lhe realizar aquilo que a família não realizou. Silva (1996) diz também que a escolha profissional do jovem reativa as escolhas dos pais, acarretando, assim, antigos conflitos que muitas vezes não foram superados.   
                    
Neste momento de desequilíbrios, fazer uma opção pode ser uma tarefa um tanto difícil. Talvez a principal dificuldade seja desfazer mitos e elucidar o conhecimento de profissões, carreiras, cursos e do mercado de trabalho, com informações concretas e atualizadas. Sendo de extrema importância a pesquisa, envolvendo orientação profissional,

2.4 INSERÇÃO DO ADOLESCENTE NO MERCADO DE TRABALHO

Na década de 60 o adolescente era movido pelo movimento hippie, os famosos ‘jovens rebeldes’ não julgavam o próximo pela aparência, lutavam pela liberdade, respeito amor e paz. A revolução tecnológica também possibilitou que a agilidade no alcance das informações através da televisão se tornasse o maior meio de comunicação. O adolescente estava conectado a um novo modo de viver que constituía em se importar com a revolução em nome da liberdade, garantia de igualdade econômica e benefícios.

Os jovens se engajavam também nos movimentos estudantis que reivindicavam reformas nas universidades, no modelo de menor tendência ao tecnicismo que não se preocupava muito em fundamentos teóricos somente empregavam a ciência da mudança de comportamento com enfoque de aprendizagem em desenvolver sujeitos capazes e competentes para o mercado de trabalho sem se preocuparem com as mudanças sociais.

Os movimentos estudantis da década de 60 rechaçavam a sisudez da esquerda tradicional, que seguia normas rígidas de disciplina e organização. Questionavam as reivindicações da esquerda tradicional que, na maioria dos casos, apoiava o regime de modelo burocrático. Ao recusar ao mesmo tempo, o modo de vida burguês e o burocratismo soviético os estudantes propunham “a imaginação no poder”, a autogestão e a realização de todos os desejos humanos reprimidos pelas diversas formas de autoridade. (DREGUER e TOLEDO, 1995, p 165)

Baseados no modelo hippie criaram novas formas de repressão à opressão política da época baseado no modelo de respostas de forma não violenta e slogans escritos nas paredes conforme a famosa frase “faça amor, não faça guerra” e “paz e amor”. Participavam ativamente de manifestações contra o regime militar promovendo passeatas, comícios e shows de protesto. No campo, já havia a exploração dos trabalhadores bóias-frias com serviços temporários.

Na década de 60 o jovem conseguia ingressar no mercado de trabalho aos 14 anos com carteira assinada ganhando o salário mínimo equivalente da época. Quando concluía o ensino ginasial, hoje, equivalente ao ensino médio, possuía melhores condições e facilidades para ingressar no mercado.

Nesta época ocorreu a grande queda do nível de emprego no mundo, através da automação das indústrias e agricultura acarretando a má distribuição de renda atribuída às políticas trabalhistas e salariais repressivas estabelecidas na época.

Em contrapartida, desde muito cedo, o adolescente do século XXI pensa em ingressar no mercado de trabalho para adquirir a tão desejada experiência e para enfrentar os desafios que encontraram durante sua carreira profissional, porém, não é somente este motivo que impulsiona na decisão do adolescente, no entanto, envolve também suprir desejos de consumo e certa independência financeira de não depender de seus pais em certas situações.

O adolescente nesta fase está passando por um momento conturbado, um processo de transição que é inconsistente onde há busca da sua própria identidade em se diferenciar daquilo que era quando criança.

Erikson verificou que  a adolescência era um hiato entre a infância e a idade adulta, uma moratória necessária para dar tempo e energia para representar papéis diferentes e viver com auto-imagens também diferentes.
As pessoas que saem dessa fase com forte senso de auto-identidade estão equipadas para enfrentar a idade adulta com certeza e confiança. Aquelas que não conseguem atingir uma identidade coesa-que passam por uma crise de identidade – apresentarão uma confusão de papéis. Eles parecem não saber ou o que são qual é o seu lugar e o que querem se tornar. (SCHULTZ e SCHULTZ, 2002, p.211)


O adolescente busca se entender e identificar o que deverá seguir em sua vida profissional, pois cada vez mais se vê diante de várias vontades de consumo, necessita e quer comprar aquele tênis e blusa que estão na moda, porém encontra um obstáculo: a falta de dinheiro para suprir suas necessidades. Neste momento, se depara com uma grande questão: pedir a seus pais ou buscar este dinheiro de outra forma.

 Muitas vezes o adulto enxerga o adolescente como simplesmente uma criança ou até mesmo um ser que não consegue se sustentar e possuir sua própria renda por demonstrar imaturidade, com isso, prefere que se dedique somente aos estudos “às vezes são os pais que não concordam com o seu trabalho, porque pretendiam que seus filhos tivessem outros desempenhos” (TIBA, 1986, p.78). O trabalho proporciona a posição de adulto que implica em responsabilidades e remuneração pelo que realiza.

O adolescente busca ingressar no mercado de trabalho para suprir seu desejo de consumo e mostrar aos pais, sociedade e para si mesmo que é capaz. Busca da autonomia é importante para o adolescente, pois assume proporções para que ele se torne adulto. Através desta autonomia proporciona a preservação da individualidade.

A ideologia que o adolescente possui consiste em conjunto de pensamentos, doutrinas, idéias e visões de mundo no sentido individual e em grupo “[...] constitui assim a transição necessária no mundo externo para alcançar a individualidade adulta” (ABERASTURY e KNOBEL, 1989, p.37) que determina o adolescente a reconhecer e designar seu papel.

A forma de o adolescente pensar e agir não é a mesma do que na década de 60, pois hoje possui muitos meios de comunicação e interação que o fazem entrar em contato com diversas culturas.

A sua identidade foi influenciada por várias informações captadas ao longo de sua vida e estas influências podem mudar suas perspectivas frente ao mercado de trabalho.

O mercado de trabalho hoje ao ponto de vista de muitos adolescentes pode parecer ‘careta’ pelas vestimentas utilizadas, forma de se portar dos profissionais e um ambiente totalmente diferente com o que estavam acostumados. Assim enfrentarão um grande dilema: transformações em vários aspectos em que começará a lhe dar com regras, mudança de vestimentas de acordo com o ambiente da organização e horários pré-estabelecidos.

O trabalho na adolescência merece atenção, pois deverá ser garantida a proteção do jovem e proporcionar a aprendizagem.

As pessoas constituem o capital intelectual da organização. As organizações bem-sucedidas se deram conta disso e tratam os funcionários como parceiro do negócio e não mais como simples empregados contratados”. (CHIAVENATO, 1999, p.7)

Este novo ambiente lhe proporcionará desenvolvimento físico, psíquico e cultural, fatores de suma importância para seu futuro profissional.

2.5 LEGISLAÇÃO DE PROTEÇÃO AO TRABALHO

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) indica diretrizes para a contratação do adolescente que confere o direito a profissionalização e proteção ao trabalho.

Art. 60 - É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz. (O art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, assim disciplina o trabalho de menores: "proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.")
Art. 61 - A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62 - Considera-se aprendizagem a formação técnico-profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da legislação de educação em vigor.
 Art. 63 - A formação técnico-profissional obedecerá aos seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
(O art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, assim disciplina o trabalho de menores: "proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.")
 Art. 64 - Ao adolescente até quatorze anos de idade é assegurada bolsa de aprendizagem.
(O art. 7º, inciso XXXIII, da Constituição Federal, com nova redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998, assim disciplina o trabalho de menores: "proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos.")
 Art. 65 - Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos, são assegurados os direitos trabalhistas e  previdenciários.
 Art. 66 - Ao adolescente portador de deficiência é assegurado trabalho protegido.
Art. 67 - Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em entidade governamental ou não-governamental, é vedado trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte;
II – perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a freqüência à escola.
Art. 68 - O programa social que tenha por base o trabalho educativo, sob responsabilidade de entidade governamental ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar ao adolescente que dele participe condições de capacitação para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º - Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral em que as exigências pedagógicas relativas ao desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem sobre o aspecto produtivo.
§ 2º - A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu trabalho não desfigura o caráter educativo.
Art. 69 - O adolescente tem direito à profissionalização e à proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos, entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de trabalho.
(RIEZO,2000, p 150 a 157).

Como o próprio estatuto indica, o trabalho é permitido, proporcionando ao adolescente seus direitos trabalhistas, a não ser explorada no trabalho.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 
O desenvolvimento sócio econômico de uma nação está diretamente associado a velocidade e a continuidade de um processo de expansão educacional em uma relação que estabelece a partir de duas vias de transmissão distintas. A expansão educacional e o desenvolvimento industrial. A primeira aumenta a geração de emprego e contribui para o aumento da produtividade do trabalho, contribuindo para o crescimento econômico, o aumento de salário e a diminuição da pobreza no país gerando novas oportunidades para os jovens.

A evolução de atitude dos adolescentes da década de 60 e do século XXI é muito nítida: na primeira década estavam preocupados com os movimentos estudantis e no século atual estão e busca de satisfazer suas vontades de consumo.

Fica claro que, o adolescente busca a partir do que acredita aquilo que é importante para ele, luta pelos seus direitos e inserção no mercado de trabalho.

Hoje em dia, a contratação de adolescentes apresenta leis especificas mencionadas no ECA; na década de 60 ainda não era claro os direitos e deveres do adolescente perante ao trabalho.


4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 
ARERASTURY, Arminda ; KNOBEL Mauricio. Adolescência normal: Um enfoque psicanalítico. Porto Alegre. Artmed. 1981.

BARROS, Ricardo Paes; HENRIQUES, Ricardo; MENDONÇA, Rosane. Pelo fim das décadas perdidas: educação e desenvolvimento da sustentabilidade no Brasil. Disponível em http://www.dominiopublico.gov.br/ download/ texto/ td_0857 .pdf., acesso em 25 de março de 2011.

BLACKWELL, Rogerid,; Minard Paul W.; Engel James F. Comportamento do consumidor.

COLL, César; MARCHESI, Álvaro; PALÁCIOS, Jesús. Desenvolvimento psicológico e educação. Rio Grande do Sul: Artemed, 2004. 
  
COUTO, José Geraldo; Brasil anos 60. 6 ed. São Paulo. Ataca 1994.
DREGUER,  Ricardo; TOLEDO, Eliete. História: cotidiano e mentalidades. São Paulo: Atual, 1995.

FREITAS, Maria Teresa de Assunção. COSTA, Sérgio Roberto. Leitura e escrita de adolescentes na internet e na escola. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

LEPRE, Rita Melissa. Adolescência e construção da identidade. Disponível em: http://www.slowmind.net/adolescenza/lepre1.pdf, acesso em 22 abril 2011.

PRESTES, Irene Carmem; MORO, Catarina de Souza. Psicologia e Educação. Curitiba: Iesde Brasil S.A, 2007.

PASES, Maria Helena.Simões. A década de 60: rebeldia, contestação e repressão  política. 3 ed. São Paulo: Ática, 1997. 

ROCHA, Everardo P. Guimarães, Totem e consumo: um estudo antropológico de anúncios publicitários. Rio de Janeiro: Revista ALCEU (PUC-RIO) - v.1 - n.1 -pg 18 a 37 - jul/dez 2000.

SCHULTZ, Duane P.; SCHULTZ, Sydney Ellen. Teorias da personalidade. 1. ed. São Paulo. Cengage Learning. 2008.

TIBA, Içami. Puberdade e adolescência biopsicossocial. São Paulo: Ágora, 1986.


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World Psi disse...

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