22/02/2012

Mocidade Alegre é a campeã 
do Carnaval 2012 de São Paulo

Resultado foi confirmado após pancadaria, incêndio e prisões no Anhembi

A Mocidade Alegre é a campeã do Carnaval 2012 de São Paulo. A confirmação foi dada pelo presidente da Liga Independente das Escolas de Samba, Paulo Sérgio Ferreira, no final da noite desta terça-feira (21), após uma longa reunião entre ele e os presidentes da SPTuris (São Paulo do Turismo) e das escolas do grupo especial. Anteriormente, a organização do Carnaval chegou a informar que o resultado não sairia nesta terça-feira.
Em segundo lugar, ficou a Rosas de Ouro, seguida pela Vai-Vai, Mancha Verde e Unidos de Vila Maria. Desceram para o grupo de acesso a Pérola Negra e a Camisa Verde e Branco. Segundo Serginho, a classificação das escolas foi feita a partir de uma média aritméticas das notas que tinham sido divulgadas antes da suspensão da apuração, todas foram arredondadas para cima. Ainda de acordo com o presidente da Liga, sete escolas foram a favor da decisão e cinco votaram contra.
Antes de deixar o sambódromo, a presidente da Mocidade Alegre, Solange Bechara, disse que estava sendo hostilizada por integrantes de outras escolas, mas que não tinha culpa do resultado do Carnaval.
Não fui eu quem roubei as notas. Estão querendo me culpar por este resultado.
Josélia Alves, representante da Camisa Verde e Branco, disse que a escola irá entrar na Justiça para rever o resultado deste ano. Segundo ela, as notas não condizem com o regulamento porque a não se sabe quais foram as últimas notas que a Mocidade recebeu.
Já o presidente da Vai-Vai, Darly Silva, defendeu uma nova apuração de votos, junto com os jurados, para saber quais as notas que foram atribuídas por eles às escolas.
Antes do resultado do grupo especial, as notas do grupo de acesso foram divulgadas nesta noite e a Nenê de Vila Matilde foi eleita a campeã, com nota 179,7. A Acadêmicos do Tatuapé ficou em segundo lugar, com 179,3 pontos.
Confusão
O impasse sobre a campeã do Carnaval paulistano começou com uma pancadaria que suspendeu a apuração dos votos do grupo especial. Um integrante da Império da Casa Verde, de 29 anos, invadiu a mesa dos jurados, roubou as notas das escolas, rasgou os papéis e tentou fugir. Arquibancada e integrantes de outras escolas se rebelaram e começaram a brigar, quebrar cadeiras e o alambrado que separava as mesas diretoras das escolas do público.
A Polícia Militar tentou conter a confusão, mas o número de policiais no local era pequeno, se comparado com o de torcedores. Um grupo de revoltosos chegou a invadir a pista local da marginal Tietê, sentido Castello Branco, que precisou ser interditada.
Ainda durante a confusão, foi registrado um incêndio no setor de dispersão do sambódromo. Chamas atingiram uma alegoria da Pérola Negra. Um caminhão-pipa foi usado para controlá-las. O diretor de marketing da Pérola Negra, Jaime Roizen, acusou torcedores da Gaviões da Fiel de terem ateado fogo ao carro. De acordo com ele, várias pessoas viram integrantes da escola deixarem a arquibancada frustrados e passarem ao lado da dispersão, ateando fogo às alegorias. Mesmo se dizendo corintiano, o diretor da Pérola Negra defende a saída da Gaviões do Carnaval paulistano. 

- Eles são um bando de baderneiros. Receberam milhões do Lula e do governo federal e não tiveram capacidade de fazer um desfile como o nosso. Por causa disso, vieram botar fogo no nosso sonho. Isso não se faz. 

Troca de jurados
Após o tumulto, dois suspeitos de terem iniciado a confusão foram detidos. Além do integrante da Império da Casa Verde, um integrante da Gaviões da Fiel, de 20 anos, também foi preso. De acordo com o delegado Oswaldo Gonçalves do Deatur (delegacia que fica dentro do sambódromo), o integrante da Império da Casa Verde disse que rasgou as notas em sinal de protesto, pois a Liga Independente das Escolas de Samba de São Paulo não cumpriu o acordo feito com as escolas, de que nenhuma delas seria rebaixada para o grupo de acesso devido à troca de dois jurados responsáveis pela apuração, ocorrida na quinta-feira (16). 


A troca de jurados, aliás, causou confusão mesmo antes do início da apuração. O anúncio das notas começou com atraso porque representantes da Liga se reuniram com presidentes da algumas escolas que não concordaram com a alteração e criticaram a forma como a Liga conduziu a mudança, sem comunicar formalmente as escolas.

No momento em que a votação foi interrompida, estavam sendo anunciadas as notas do quesito comissão de frente, o último da apuração. A Mocidade Alegre era, então, a campeã do Carnaval paulistano, com 160 pontos. A Rosas de Ouro aparecia como vice-campeã. 
Logo após o incidente, Solange Cruz Bechara, presidente da Mocidade Alegre, afirmou não saber se existia uma cópia das notas dos jurados (que foi rasgada) e afirmou que não considera sua escola a campeã do Carnaval.
- Não posso me pronunciar sobre uma coisa que não aconteceu.
Ela falou ainda que entende, em parte, o que aconteceu.
Eu entendo o lado de todo mundo porque o Carnaval é muito disputado e ninguém quer descer para o grupo de acesso, mas a violência não leva a nada.
Mesmo sem considerar sua escola campeã, a Mocidade Alegre fez festa em sua quadra até tarde. A comemoração só foi encerrada por volta das 21h30, quando a organização do evento informou que a reunião entre os presidentes das escolas não tinha previsão para terminar.
Assista ao vídeo: antes, pause a rádio blog.





Rio de Janeiro.  
A escola levou para a Marquês de Sapucaí a vida do músico Luiz Gonzaga e a cultura nordestina

Com enredo sobre a vida de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, a Unidos da Tijuca foi a vencedora do Grupo Especial das escolas de samba do Rio de Janeiro. O Salgueiro, que trouxe a literatura de cordel, e a Vila Isabel, que levou para a avenida a história e a cultura de Angola, ocuparam o segundo e o terceiro lugar, respectivamente.
O presidente da Tijuca, Fernando Horta, só comemorou quando a vitória já era irreversível. Em vários momentos, a Tijuca teve o Salgueiro e a Vila Isabel bem próximas da pontuação máxima. "A emoção é muito grande. É inexplicável. O carnaval foi muito duro. Todas as nossas coirmãs estão de parabéns. Este foi o desfile mais perfeito que a Tijuca fez nos últimos anos", desabafou Horta.

A criatividade, marca registrada do carnavalesco Paulo Barros, foi decisiva para a liderança da escola. Outro integrante da Unidos da Tijuca que teve participação decisiva na vitória foi o mestre de bateria Luiz Calixto Monteiro, o Mestre Casagrande.

A Tijuca mostrou no sambódromo a vida do pernambucano Luiz Gonzaga, juntamente com características culturais que marcam a cultura nordestina, como os bonecos de barro do Mestre Vitalino e o famoso Mercado de Caruaru.

Além da história do Rei do Baião, a Tijuca levou para a avenida outros artistas considerados reis na sua especialidade: Elvis Presley, rei do rock, Michael Jackson, rei do pop e as rainhas do rádio. Dom Pedro I, imperador do Brasil e o leão, o rei da floresta, também foram personagens da história.

A escola havia vencido o campeonato pela última vez em 2010, com o enredo É Segredo. Na sequência, o placar ficou com Beija-Flor em quarto, Grande Rio em quinto, Portela em sexto, Mangueira em sétimo, União da Ilha em oitavo, Mocidade em nono, Imperatriz em décimo e São Clemente em décimo-primeiro. A Porto da Pedra, em décimo-segundo, e a Renascer de Jacarepaguá, em décimo-terceiro, foram rebaixadas para o Grupo de Acesso A em 2013.

Pontuação

A Unidos da Tijuca teve 299,9 pontos, dos 300 possíveis e perdeu 0,1 no quesito alegorias e adereços. As seis primeiras escolas voltam ao sambódromo sábado para o desfile das campeãs.

Paulo Barros, prometeu e levou várias surpresas para o público. A primeira foi a comissão de frente, que simulou os movimentos da sanfona com um "homem mola". Outro destaque, o primeiro carro da Tijuca mostrou a chegada de reis e rainhas para a coroação de Luiz Gonzaga. A alegoria representava o setor de desembarque de um aeroporto. 

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